NAS TUAS VIDAS...
Cuidado não pisares florinhas do caminho,
Que não sabem gritar e só gemem baixinho !
Letras que se confundem em histórias de instantes que passam a correr pelas vidas passadas e futuras, reais e imaginárias, ditas e escritas pelas mãos que imprimem em cada tecla, a vontade, o desejo, a emoção e o interminável percurso labiríntico de quem escreve por prazer.
Cuidado não pisares florinhas do caminho,
Que não sabem gritar e só gemem baixinho !
A partir do próximo dia 2 de Abril (Segunda-feira) estará à venda, no Café Progresso, o segundo conto da colecção Há Água em Marte.
“Levi” de Alexandra Saraiva.
Visitem o Progresso, tomem um café e leiam uma história.
Para mais informações, contactem:
Alberto Lóio
Av. Gil Vicente, 242 r/c
4400-166 Vila Nova de Gaia
Telemóvel: 91 646 5347
E-mail: alberto.loio@gmail.com
|
Etiquetas: Passear em Stratford uma maravilha
Naquela tarde dourada,
resolvi não sei porquê,
deitar meus olhos distraídos,
na estante do canto onde guardo
os livros que gosto de folhear
reler
e
raramente emprestar.
Peguei por acaso no livro de Manuel Bandeira
“Poesia completa e prosa”.
Fui folheando
e dei comigo a sorrir
pois sei tantos de cor
-à força de os ler vezes sem fim
até os interiorizar
e ficar na dúvida
se nasceram de mim!
Ao virar uma página
tive a surpresa de encontrar
espalmado, hirto e seco,
um simples amor-perfeito,
que bem me lembro guardara,
no dia em que conhecera,
por um mero acaso,
o objecto dos meus afectos!
Passei suavemente os dedos.
Toquei-lhe com jeito,
não o queria ferir…
e como quem reconhece um velho cúmplice
que a tudo assistiu,
pude confessar-lhe, serenamente.
-Sim, está tudo em ordem
tal como sonhei!
Minha pequenina,
porque gostas tanto de enfiar
os teus pés gordinhos
nos sapatos de praia
da tua Avó?
Que sentes dentro de ti?
que já és grande,
que te escutam
e te levam a sério,
ou não te lembram,
que já são horas de dormir?
Não tenhas pressa de crescer…
Sabes. Meu amor,
se eu resolvesse calçar
a tua sandália azul
não conseguia.
O tempo que eu já vivi
deu outra dimensão
ao meu corpo e ao meu espírito.
A vida não é assim tão confortável,
como teu gesto de enfiar o pé
na minha sandália gasta.
Não tenhas pressa de crescer…
Etiquetas: andorinhas, mudança de hora.É tão bom., Primavera
Etiquetas: Porque hoje é sábado e me deu para olhar o fugir das perspectivas
Sem teu coração jovial e gracioso,
Muito triste me sinto, que melancolia!
Espero a todo o transe, insistente e teimoso
Aquela palavra que me fará feliz um dia.
E feliz? – Talvez não. E daí? - Pode ser!
E tudo depende do teu querer, amor.
Oh! Diz-me tudo, não me deixes mais sofrer,
Expulsa-me do meu coração essa dor.
Bem sabes tu qual a minha grande paixão:
É sentir a tua presença em meu redor,
E bem junto, ter a dona do meu coração!
Se me amas, e se muito gostas de mim,
Porque esperas tu? Se não me vais dizer não,
Dá-me aquela simples palavra, aquele sim!!!
Tempo é ExistirQuem em mancebo sonhava
Que o tempo, era tão leve como irónico?
Sem nos pesar, avança,
Desconta-nos os dias.
Só cada um sabe como o aproveitou
Só cada um sabe como foi tão rápido
Cada um sabe, como o está vivendo.
Corre em volta de nós
E tudo parece ontem, ou agora.
É a maravilha do existir
É o ópio e a morfina do tempo.
Assim,
Repete-se o barulho do avião
Felizes
Porque vamos viajar.
Viro a cabeça
E não te vejo
Estendo a mão
E não te encontro…
Tu?... Ès espaço sem contorno
És tempo,
Pena de asa que não se sente
Poeira sempre presente
Bem junto a nós
Cuidando-nos.
Acarinho-te
Como acarinho o tempo…
Ele roça, e passa por nós
Mas tudo parece ontem, e tudo parece agora
anónima
Linda menina dos laços
mais viva do que as demais.
Quem iria imaginar
que os teus versos
iam estar
ao nivel do Pascoaes
anónima
(do livro “ Antologia Poética”)
Lembras-te, meu Pai, era eu assim de tenra idade, caprichando já com o meu laçarote, e, tu recitavas isto (olhando talvez de revés para minha Mãe!?)
Elegia do AmorLembraste, meu amor,
Das tardes outonais,
Em que íamos os dois,
Sòsinhos, passear,
Para fora do povo
Alegre e dos casais,
Onde só Deus pudesse
Ouvir-nos conversar?
Tu levavas, na mão,
Um lírio enamorado,
E davas-me o teu braço;
E eu, triste, meditava
Na vida, em Deus, em ti…
e que aconteceu? Desta sorte fiquei também: sensível, romântica e sonhadora…
que saudades!
Mas, ai, tu não voltaste
E eu regressei ao mundo.
Procuramos inspiração na vida e no amor que não temos por tanto o querer. A ambição desmedida e a falta de medo que nos conduz não vai dar a lado nenhum...
Mas o conhecimento que nos comove, tampouco nos demove. Para nós, que cometemos pecados sem tentação, pouca coisa o faz.
Fomos amantes, há muito tempo, parece-nos. Talvez por ter sido há tão pouco. Depois apaixonamo-nos porque ambos queríamos escrever e não conseguíamos encontrar assunto para o fazer de uma forma...
"Desesperadamente compulsiva" - foram as tuas palavras.
Mas quão frívolos foram os dias que passamos juntos. Dias livres de pormenores teatrais, rimas falsas ou metáforas contrastantes. Vivíamos o delírio da felicidade fugaz e, quase sem querer e querendo, deixamos a escrita para mais tarde.
Para o Fim. Porque era melhor viver do que escrever. E quando finalmente lá chegamos - ao Fim - percebemos que já não restava nada para se escrever.
Há coisas assim, vivem-se.
E depois esquecem-se para não nos matarem aos poucos.
Teu nome é belo e brilha.
Teu porte majestoso e imponente,
Impossível ficar-te indiferente.
Tuas folhas voluptuosas de viso e verde
Tuas pétalas insinuantemente acetinadas
Querendo abraçar o sol
Contornam teu cálice
Que exala um perfume doce e atraente
Fecundo alimento das obreiras.
E tu, indiferente
Lá te manténs erecta
Sempre virada ao Sol na
Época estival.
O Outono vem, o Sol escasseia
E tu com a tua altivez
Cedes e vergas pela base do teu pé,
Derramando dezenas de sementes.
E a condição de flor única que tu foste...
Vai dar origem a tantas!
Gosto do verbo Blogar
Uns praxistas, outros asas nas regras,
mas todos usam as letras, e fazem da escrita o seu próprio esqueleto.
Agarrados
Estamos Vivos
mesmo sem acordo
estamos acordados
A Vida
é gira
é preciosa
é sentimento
é provisória...
...Acontece!...
É um dia
ou talvez dois...
Tem Paz.
Ama e esquece.
Pois só amando
alcançarás...
Depois!
Querias um mundo em Paz, só para ti?!
Mas que farias tu se não sentisses
Que foste também chamado, - sem o pedires –
A participar na tentativa de construir a Paz?!
- não em decisões de altas instâncias!
- não no equilíbrio mundial da economia!
- não em aliviar os prejuízos de cheias,
fora do tempo, com o que podes tirar do teu bolso!
- não em encontrar a cura, p’ra doenças novas
que matam em qualquer idade!
Tu foste chamado, sim, a ser capaz
de ter discernimento para escolher o teu Caminho.
Para mudar o que podes ser mudado,
onde chegares com a tua mão e o teu coração!
E quando sentires que a distância é enorme
e és pequeno para abarcar o Mundo.
Procura, à noite, um lugar escondido no teu jardim.
Olha as estrelas no céu que não deixam de brilhar.
E pede ao Criador que a cada homem
dê a oportunidade de olhar o brilho das estrelas:
- no intervalo da tomada de grandes decisões!
- numa trégua de bombardeamentos!
- no espaço vazio onde havia uma casa que a enxurrada levou!
- no alívio de uma dor que martiriza!
E se o Criador te ouvir… e o fizer,
consegues afinal, distribuir
uma Paz que não guardaste só para ti!
Relatividade é uma teoria
Que incita o ser humano à discussão,
Se houver em cada um a pretensão
De impor ao outro a sua demagogia.
Einstein lhe dá a projecção
De seus conceitos novos, qual magia!...
Se para uns parece alegoria…
Para outros é grande inovação!
Mas há mentes que ficam baralhadas
Com os novos conceitos da ciência!...
Temem haver disputas assanhadas,
De alguém a impor ao outro, sem clemência,
Ideias, mesmo as mais disparatadas,
Até que algum esgote a paciência…
analosver
Etiquetas: Einstein, Relatividade, teoria
Nestas férias
Olhando o mar tranquilo e azul do Algarve
encostei-me melhor na cama alugada da praia
e deixei que os raios de Sol
que mergulhavam no mar,
me fizessem cativa
daquele momento tão belo!
Liberta de horários,
sem compromissos,
sem o tem que ser,
e sem obrigações
senão aquela de sentir o sol
ouvir o Mar
e abrir a alma ao Criador.
E curioso,
tudo o que senti
girava em volta
do sentimento dos afectos e das emoções.
Como se para viver
Não fosse preciso nem água nem pão
Mas o conforto e a força
que se recebe de uma mão que se nos estende
porque nos olhou
e nos aceitou.
Quantas Vezes
no percurso da nossa Caminhada
vamos encontrar
quem como nós
passou momentos em que teve que dizer à Vida
Senhor, Tu sabes que é doloroso!
Que é difícil!
Que exige luta!
Mas que eu quero,
usando tudo, tudo com que me criaste,
não desanimar
e
nunca desistir.
Acordar cada manhã - e ao abrir apersianan do quarto
- conseguir a coragem necessária para continuar a
olhar o sol.
Sem óculos escuros,
fazendo sombra, talvez, com a palma damão
mas sabendo que dei mais um passo na Tua direcção.
----- # -----
O vizinho da cama ao lado levantou-se, sacudiu a
toalha e alguma areia caiu em mim.
Entrei na realidade.
Apeteceu-me um sorvete.
Leve como um pássaro que andara a voar alto,
dirigi-me ao Bar.
Comprei um corneto e sorrindo para um miúdo que
como eu lambia sofregamente o chocolate, reparei que só
havia uma coisa que nos distinguia.
Não era a idade, não!
Apenas eu não tinha a cara enlambuzada de chocolate!
«Para cá, para lá…
Para cá, para lá…
Um novelinho de linha
Para cá, para lá…
Oscila no ar.»
Sinto que uma casa com fotografias
é uma casa com enredo!
Ao entrar na sala grande, vivo outra vez
E perco-me em pensamentos.
O meu olhar pousa, sorrindo, na fotografia de uns noivos
há quase cinquenta anos!
Ali, ao lado o primeiro instante em que os filhos
chapinavam no banho de sabonete.
O passeio das manhãs tranquilas.
As carinhas encostadas ao ombro dos Avós.
As batas aos quadradinhos no Jardim de Infância.
Os passeios de bicicleta,
e aqueles sorrisos sem dentes
que sopram as velas
que brilham e tremem no bolo de aniversário.
Mais tarde vieram as poses
e as fotografias de circunstância!
E outro ciclo surgiu.
mais casamentos, netos
e tudo se repete.
As fotografias estão ali.
mas não é preciso olhar para elas
Para ter a certeza que existimos.
Olhemos para dentro dos nossos corações
Fechemos os olhos.
ouço Chopin ao piano
Confunde-se com o sonho que me invade
e com a brisa que abana as cortinas das salas
Afinal quando chega o solstício de Inverno
Pode ter ficado por aí uma andorinha
que não quer partir!
Até quando Senhor?
Só Tu sabes.