OS ESCRIBAS

Letras que se confundem em histórias de instantes que passam a correr pelas vidas passadas e futuras, reais e imaginárias, ditas e escritas pelas mãos que imprimem em cada tecla, a vontade, o desejo, a emoção e o interminável percurso labiríntico de quem escreve por prazer.

27 junho 2008

férias



Descansar,
não ter horas
nem obrigações.


Procurar uma sombra onde veja o mar.
Só querer o sol,
quando ele perder todo o seu folgor
e recebê-lo como um afago

Pensar em nada,
mas...sorver tudo.

E depois...
sentir vontade de voltar.

26 junho 2008


Um último reflexo
sobre a explicação que (acrescentada) não revela qualquer intensidade.

Devemos ler os traços grossos e as pernas volumosas
com a compreensão de um excesso na espessura total.

Fosse o gosto da representação da força ou
a falta de apego à imagem natural,
os colossos tornaram-se dóceis na imaginação dos homens.

Como nas margens férteis,
se instala e dança a areia
permanente.


26 de Junho de 2008

22 junho 2008

Á fé dos simples

O pescador
O horizonte, plasmado de tons cor de fogo,tomava
aquele entardecer particularmente belo
O pedro pediu que o levassem até à varanda da casa
voltada para o mar.Sentia que não teria muito mais tempo de vida.
Não podia morrer sem voltar ver o mar tinha uma relação de amor-ódio,
mas também de profundo respeito.quantas vezes,o fazer-se ao mar era
um desafio,um quase duelo aparentemente desigual.O Pedro sempre venceu
correndo inúmeros riscos de naufrágio.Sempre que puxava o barco para praia
repetia aquele gesto de acariciar as águas.Era o mesmo que fazer as pazes,de dizer ao mar que o respeitava e admirava e que lhe agradecia o peixe. Quando deixou de pescar,todos os dia ia sentar-se na praia Sentia-se feliz quando as ondas suamente lhe beijavamos pés.

21 junho 2008

boas férias

Boas férias

As férias estão aí

Boas férias para todos os colegas.


analosver

19 junho 2008

Férias


Para todos os colegas um bom São João...

boas Ferias , descançar depois de tanto estudar

para se preparar para os exames...

18 junho 2008

17 junho 2008

http://www.2pontos.pt/default8.asp



Visitem este endereço, é só entrar e ver o artigo em destaque e "entrar" para o ler.
Somos nós, uma experiência única de escrita, neste contexto.
Quem disse que a criatividade estava a esmorecer?

Obrigada a todos os escribas e alunos da Douro Sénior.

Dália Dias

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15 junho 2008

É PRECISO ACREDITAR



Quando li a afirmação de Nietzche - " Mais que nada é poesia ", fiquei a pensar o que quereria realmente ele dizer com aquelas palavras, porque para mim tudo o que fazemos e pensamos pode ter poesia.
A Vida é um mistério e é sonho, tal como acreditar que há um Deus e que através Dele podemos explicar e perceber o milagre da Vida.
Eu sinto-O como uma força cósmica que rege o mundo e consequentemente me rege também e é nessa ideia que muitas vezes vou buscar a força para superar os maus momentos.
É preciso saber viver com poesia ... e acreditar.




13 junho 2008


Sentir o Viajar
No barco de três mil passageiros, aquela sociedade, era pedante e extrovertida, entrelaçada, como filigrana
Viajar, poderá ser percorrer milhares de kilómetros, para encontrar uma resposta, olhar paisagens verdes, campos amarelos, castelos e monumentos, obras de arte, águas azuis, conhecer alguém que existe igual, do outro lado do mundo, ou já desapareceu…
Diante de uma baía suave e maravilhosa, instintivamente penso que qualquer pessoa ali nascida, deve ser bom por natureza, e ter uma boa disposição de espírito.
«Viajar é olhar» mas também é ouvir, os mistérios da retórica, na arte de contar histórias, que sem dúvida, são fruto de talento, e exemplo da arte de as descrever com verdadeira mestria.
- Será que podemos considerar a fala, como algo de diferente das vozes dos pássaros; ou talvez não?
Perguntas que surgem pertinentes, com o estado de espírito criado pelo sentir, e pelo ver.
-A muralha vista do local onde estamos, continua em serpentina até ao infinito, ou apenas para traz das montanhas ?...
- Pousada no Mar, o barco leva-me e os pensamentos mergulham.
O cenário cria duas situações diferentes e complementares.
A areia no Mar presente, mas ausente dos meus olhos, do mapa que tenho comigo, aponto com o dedo e deduzo lugares, planos intenções, sonhos desenhados com o dedo no mapa.
Sentada na sala envidraçada do barco que me transporta, a viagem prossegue indefinidamente dentro de mim, e nem são os Portos que me atraem, é a impressão de que em redor estão a acontecer coisas importantes e irrepetíveis, que vale a pena assegurar, num testemunho momentâneo de que tudo o que sinto é o que preciso.
Penso na selva, e comparo-a ao mar, um ser fechado único e independente.
Sentimo-nos numa catedral celeste, onde o homem se sente pequenino e vê que tudo em redor, é maior do que ele.
Depois a memória, é uma substância frágil, inconstante, e volátil, é um ponto minguante.
Então, o meu desejo é voltar para rever, sentir que o belo me volta a tocar,
e que o momento que passa me dá tudo o que preciso.





11 junho 2008

do crescente





Um instante vertical. Ocaso.

Os dias enredaram-se num engenho perpétuo
ao ritmo do movimento que ondula
as vestes claras dos homens da Núbia.

Há a falta de transição, o deserto absoluto rondando as águas e a barca, o sentido da descida, ao contrário. Já sabíamos.

E voltam as garças que agitam asas que são panos de velas triangulares.
Os corpos nas margens oscilam os braços, flutuam, com um passo duro, estruturando as vestes longas.

Este branco instaurou, fosse das roupas ou dos barcos, talvez das asas, um mesmo tempo “ralenti”,
pontuado por um suspiro mínimo.

Como em Abu Simbel, com a deslocação, perdemos os exactos raios do sol nascente. Ficámos aquém da barca e não mais teremos sossego!
Dália Dias

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O que se aprende...


Hoje em dia
(sei que é pela idade...),
as forças minguam,
a paciência escasseia
e é imprescindível muita força
para achar Coragem.


Por natureza
não sou de desistir.
E como não fecho
o meu coração,
o que me adoça,
é eleger a companhia das crianças.


Elas transferem para mim,
a sua candura,
a alegria fácil,
o seu querer teimoso,
o seu olhar pesquizador
e aquela energia
que cansa, mas encanta.


Ao pé de uma criança,
uma sábia mas sisuda atitude,
é flor já murcha,
num cantinho do jardim!

09 junho 2008


? MEINA FEIA ?

Ela era pequena e tímida,
Muito inibida…e julgava-se feia!

Que quando ia na rua… nem a viam.
(Isto pensava ela, pois nada lhe diziam…)

Nunca ouvira um dito ou um piropo,
Nem nunca experimentou ter um rapaz que a seguia.
E dos que passavam…a indiferença …
Sentia-a… uma ausência !

Trabalhava até á meia-noite
E quando a casa recolhia
Essa sensação de nada ser, na solidão da noite,
Muito mais forte ela sentia !

Cruzava-se com ela um cego
De bengala branca, que sorria,
E que era o único homem que ela via
Que a sorrir para ela lhe parecia.

E em sonhos, apagada a luz,
No escuro, ela pensava no cego,
Que também só o escuro via.

Então lembrava-se, num ímpeto de alegria
Que o risonho cego…
…Um rosto belo ou feio não distinguia.
…E sonhava com ele quando dormia.

………………………………………..

( mas até nesse sonho a timidez persiste
…e a impedia
de sonhar quanto queria…)
…E assim, o tempo ia passando… triste.
……………………………………….
Até que um fugaz acaso, um dia,
Fez tropeçar junto dela o cego que sorria…
Logo o ajudou. A sua mão tremia
Quando mão na mão, o cego erguia.

Ele ficou magoado num joelho,
Que ela com seu lenço trataria.

Sentaram-se animados, num banco pintado de vermelho
Qual dos dois o mais contente de alegria!

E assim nasceu amiga esperança:
Ao cego que tacteava a vida de bengala branca, e que sorria,
E à menina que tinha alma bela,
E que pensava que era feia e ele não via !

Joaquim, Junho 2008

07 junho 2008

Num fim de tarde


e as bolas de sabão
espalhavam-se
por aqui
por ali
perto
longe

as crianças de braços erguidos
rindo alvoroçadas
corriam atrás
tentando apanhá-las
momento magnífico
esse gesto teimoso
que terminava em gargalhadas

e as bolas de sabão apagavam-se
deixando pingos de água
nas caritas coradas
de boquinhas abertas
onde ainda faltavam alguns dentes!

Que magnífico o brilho multicolor
daquelas bolas de sabão
onde o sol se espelhava
até se desfazerem
e desaparecerem
tal fugaz iluzão!

01 junho 2008

Flagrantes da vida real


Lá iamos as duas,
avó e neta
em plena rua, às compras.

Encontro uma amiga e paro.
Conversa puxa conversa,
e, instalou-se a demora.

Esta neta Rita já impaciente,
tirou-me a carteira da mão,
e, pôs-se a mexericar.

Encontra um pente,
e, sem complexos de boas maneiras,
desata a pentear-se.

O vento soprava.

Despedi-me da amiga,
e, reparo no entusiasmo da minha neta
a afastar para trás os seus finos cabelitos.

Claro, querendo incutir-lhe hábitos "civilizados",
peço-lhe o pente.
A Rita contrariada lá o entregou.

A certa altura,
numa vozinha radiante,
rosto encarando o vento,
de olho ao lado,
sem mexer a cabeça,
grita-me:
-Olha avó, o vento está a pentear-me!


Aprendi, que se quizermos, em qualquer situação, se pode encontrar um lado positivo!