OS ESCRIBAS

Letras que se confundem em histórias de instantes que passam a correr pelas vidas passadas e futuras, reais e imaginárias, ditas e escritas pelas mãos que imprimem em cada tecla, a vontade, o desejo, a emoção e o interminável percurso labiríntico de quem escreve por prazer.

30 dezembro 2007

A fotografia


Eu tinha umas asas brancas,
asas que um anjo me deu.
Que em me cansando da terra,
bati-as voava ao céu.
(Almeida Garrett)
Como me lembro de ter sido "anjo por um dia"!
Na vila de Vagos tínhamos uma casa grande com uma quinta.
Viver na cidade encarceradas, aperaltadas, sem arranhões nas pernas e as mãos e unhas sempre lavadinhas, o fugir daqui era a liberdade, gozar a natureza, e poder estar loge dos olhares fiscalizadores dos adultos.
Na festa do Espirito Santo realizava-se uma ingénua procissão, com andores enfeitados, os membros da confraria compenetrados a ladear o cortejo, a banda de música de reluzentes instrumentos, vaidosa no seu fato azul de botões dourados e as ruas atapetadas de rosmaninho e pétalas de flores, que se enfiavam nas minhas sandálias de sola de cartão.
Tinha 5 anos e aí fui eu, de cetim vestida, grinaldinha de flores, e nas mãos, segura sem vacilar, empunhava uma cruz. Ainda hoje lembro o peso das enormes asas de penas brancas apertadas com atilhos por baixo dos meus magricelas braços. Eram o meu orgulho e a minha glória! Valeu a pena.
E as minhas asas brancas,
asas que um anjo me deu
pena a pena me cairam,
nunca mais voei ao céu!
(Almeida Garrett)

28 dezembro 2007

Novo Ano 2008

Deus nos criou todos irmãos Com a graça de Deus Vamos todos dar as mãos Nesta época de
Natal!
Corações ao Céu erguidos Com esperança e com amor!No Natal com benções unidos, Em todo o seu esplendor!

Façamos o que Deus quer:Acabar com tanto mal! Enquando no mundo houver Criaqnças a sofer,Jamais será NATAL!
Castro Reis

27 dezembro 2007

Ano novo de 2008


Que no próximo ano qualquer gota de água que caia no nosso guarda-chuva, seja sempre o prenúncio que aí nos vai nascer um botão de rosa...



É este o meu desejo a todos os mestres e colegas da Universidade Sénior e aos amigos bloguistas do Miolando.

21 dezembro 2007

VINDE JESUS

I
Todo o mundo cristão pede a Jesus,
Que à Terra ingrata volte, uma vez mais,
Abrandar os terríveis vendavais
Que o homem, sempre em ódios, produz.

Só um Deus de bondade atende aos ais,
De quem acha pesada a sua cruz
Na Terra, onde a esperança não reluz
Para quem não tem Fé, pobres mortais.

Se o homem fosse menos pecador...
Mas é dos bens da Terra interesseiro,
Só por isso, é de Deus um desertor...

Assim, não vê Jesus, a tempo inteiro,
Ao seu lado, pedindo Fé e Amor.
O Homem, hoje, só quer ver dinheiro.

II
O materialismo dá má sorte
À Humanidade inteira, sofredora...
De Amor e gratidão é devedora,
A Jesus, que sofreu na Cruz a morte.

Morte que para nós foi redentora,
Para os que neste mundo andam sem norte...
E sem palavra amiga que os conforte.
A Humanidade inteira, nesta hora,

E cada governante que a conduz,
Deve ir, cada um, de penitente,
Ajoelhar aos pés do Bom Jesus,

Com a humildade sâ, dum inocente,
Pedir-Lhe Fé, Amor, Luz, tanta Luz
Que torne o Mundo mais resplandecente.

analosver

20 dezembro 2007

Jesus

"Quando recordamos os Natais passados, normalmente descobrimos que foram as coisas mais simples- e não as ocasiões grandiosas-que nos ofereceram o maior brilho de felicidade."
Benjamim Franklin
BOM NATAL

Avós à beira de um ataque de nervos...


Não há nada mais mobilizador, comovente, estimulante, inspirador e stressante que os preparativos da quadra de Natal.
- Discorrer sobre os presentes a oferecer.
- Organizar a ceia.
- Adornar festivamente todos os cantos da casa.
- Tirar das gavetas aquelas toalhas de linho só de certas ocasiões.
- Pratas, cristais e o serviço de porcelana devidamente polidos.
Depois:
- Bacalhau de molho.
- Hortaliças variadas que enchem alguidares.
- O perú de peito inchado com o recheio de maçã e os miúdos cortados.
Os doces próprios cujo cheirinho a canela se espalha pela casa.
Mais:
Os netos em férias, requisição à vista! Há que dizer sim.
Os filhos eles e elas com jantares de amigos, colegas de trabalho, e, claro as raparigas com os cacarejantes jantares de "galhinhas".
E, nós os avós, com os anos pesando, os inevitáveis achaques, a paciência que vai e vem, preservamos a preocupação sincera e cimentada no âmago do nosso coração, de transformar esta quadra que existe, porque celebra o nascimento de Jesus, numa festa de familia.
Tudo bem...
Só que os avós ainda têm algum sangue na guelra.Apreciam o seu espaço. Prezam fazer o que lhes apetece. Suspiram pelo rescaldo das festas e folgarem à sua maneira.
Esta imagem que encontrei, não espelha a nossa figura... mas sim o nosso espirito!

19 dezembro 2007

Boas Festas

"A única pessoa realmente cega na época de Natal é aquela que não tem o Natal no seu coração."
Hellen Keller

A TODOS UM BOM NATAL!



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18 dezembro 2007

Feliz Natal

"O NATAL não é uma estação,é um sentimento."

Feliz Natal para todos os bloguistas



O mundo só vai prestar

Para nele se viver

No dia em que a gente ver

Um gato maltês casar

Com uma alegre andorinha

saindo os dois a voar

O noivo e sua noivinha

Dom Gato e dona Andorinha.


( Estêvão da Escuna, poeta popular estabelecido no Mercado das Sete Portas, na Bahia)

17 dezembro 2007

Natal

"O que é o Natal? É ternura pelo passado,coragem para o presente,esperança para o futuro.É um desejo ardente de que todas as taças transbordem de generosas e eternas bênçãos,e que todos os caminhos sigam para a PAZ
" Agnes M.Pharo

16 dezembro 2007

Natal

"Eu honrarei o Natal no meu coração, etentarei guardá-lo durante todo o ano."

Charles Dickens

Menino Jesus Omnipresente


Que tenhamos o previlégio de ver a nossa casa escolhida para o Menino Jesus nascer!
A todos um grande abraço

BOAS FESTAS!


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A Pátria ... um Amigo!

Herdei este meu berço de meus Avós e meus Pais. Nele deitei meus filhos quando vieram ao mundo,
e foi aqui, no seu aconchego, que dei o primeiro beijo a meus netos.
Portugal é como um Amigo, que fala a minha lingua,
partilha a mesma tradição, memória e simbolos.
Usa os meus costumes, caracter e comportamentos.
É aquele Amigo que se delicia comigo, neste clima suave, tranquilo, e, saboreamos com prazer a sua variada e rica gastronomia.
Este bater de coração quando falo em Portugal é porque reconheço nele a minha Pátria.
Comporto-me com Ela como com o tal Amigo.
Amo-a, defendo-a, empenho-me em lhe ser útil e não consigo estar longe!
Para onde vou, vai e vem comigo no fundo da minha mala!


13 dezembro 2007

Às vezes

A esperança é como o sol nasce todos os dias.

a minha pátria


Queria de ti um país de bondade e de bruma
queria de ti o mar de uma rosa de espuma

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11 dezembro 2007

dar sentido, livremente, a palavras à-toa… II

Mote:
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I
O meu fantasma és tu, recordação
Do nascer da amizade. Essa amizade
Que é amor, mas, se acaba…ai, é saudade.
afecto de mãe tem duração.

Amor que não se firma na amizade,
Em consciência, dá inquietação
À alma; e tremura ao coração
Com o orvalho frio da saudade

─ Eu vou do Porto a Serpa. Tenho pressa. ─
Informou a Saudade, no Natal:
Nos olhos tinha a lágrima, que expressa

O crepúsculo dum amor letal:
O rude telemóvel, a arremessa
Na loucura de haver uma rival...

II
─ Au coucher du soleil, eu cheguei lá,
Ao lar familiar, onde há saudade.
Mas, quem me chamou Sol, com amizade,
E me jurou amor, aonde está?... ─

Sem esperança, conta-me, a Saudade,
Que o seu afecto não mais morrerá,
Mas que o seu amor, ai, não voltará,
Porque nele não há sinceridade

Gotas de água rolavam dos seus olhos
Como orvalho a cair ao pôr do sol.
Mas, a justiça logo arreda abrolhos:

De esconderijo sai, como arrebol,
O amor, que fingiu só dar-lhe escolhos,
Para fazer voltar, veloz… o Sol...


analosver

dar sentido, livremente, a palavras à-toa… I

Mote:

Fantasma, Sol, loucura, telemóvel, afecto, amizade, orvalho, tu, amizade, justiça, Natal, amizade, saudade, saudade, saudade, por do sol, sinceridade, amor, sinceridade, Serpa, água, recordação, sol, amizade, crepúsculo, esperança, mãe, tenho pressa, cheguei lá, coucher du soleil, amor, nascer, lágrima, consciência, lar, Porto, coração.


O Sol agasalhava aquele lago, sonolento, com um manto quente e brilhante. Encantada, sentei-me ali, junto dele, para sentir também aquele afago do Sol e beber a tranquilidade daquela água adormecida. Era Natal. Com uma lágrima de saudade que nunca adormece, veio-me a recordação dos Natais no lar da minha infância: a mãe, o pai, irmãos, amigos… tanto amor, tanta amizade, alegria!... Mas já partiram quase todos… Deixaram a saudadesaudade, tanta saudade! E eu, já no pôr-do-sol da vida, vou ficando, por mercê de Deus, para acumular saudade e mais saudade, tanta, que se transforma em fantasma… Será isto loucura? O meu coração diz: o que tu sentes é saudade, amizade, saudade, afecto, amor, saudade

Com sinceridade, faço-lhe justiça, concordando que, mesmo no crepúsculo da vida, não tenho pressa de chegar lá, aonde estão os que já partiram…Em consciência, prefiro sentir na alma o orvalho gelado da saudade

Au coucher du soleil, o telemóvel, na carteira, ao meu lado, gritou-me que, se a água do lago dormia, eu não podia adormecer ali, a perder a esperança, como perdi afectos e sonhos. Era a Esperança Serpa, do Porto, cidade que sempre me encantou, a convidar-me, com amizade, para ir passar o Natal com ela. Deixar a solidão do meu lar, em Serpa, e abalar para o Poro, deu-me nova esperança. Assim animada, tenho pressa de chegar lá, e contemplar a descomunal árvore de Natal, erguida na Praça, em frente à Câmara. Além de outros símbolos, esta árvore significa, também, que os tripeiros não se atemorizam com o fantasma da crise económica, nem com o crepúsculo triste do futuro… É gente que sabe resistir, sem lágrimas, a tanto por do sol nas suas vidas, e nunca perde a esperança, nem a fé em Deus. Sem loucura, em consciência, e com justiça, como prémio do seu esforço e amor ao trabalho, sabe aproveitar todas as oportunidades para gozar a vida, o melhor que pode, onde pressentir a presença da alegria. Este ano, é a árvore gigante de Natal, que o deslumbra, apesar da saudade, tanta saudade do humilde Presépio, donde lhes sorria o Menino Deus, num sorriso de Amor divino, que fazia nascer nas almas uma alegria mais luminosa e mais salutar, que todas as falsas iluminações de ruas e de árvores de Natal, que cegam os olhos e deixam a alma com a tristeza do crepúsculo, a entrar na noite…Sim, apesar de todos os revezes, de tantas recordações boas e más, e tanta saudade, no tripeiro está sempre a nascer-lhe a esperança!...

analosver

10 dezembro 2007

Foi mas não é

Não era o coucher du soleil
mas o nascer do sol.
O fantasma das sombras
do crepúsculo
era uma recordação
de ontem.
amizade
sinceridade
saudade com esperança
cheguei lá
Mãe eras tu
no retrato
Mãe
amor
amor
libertei-me
ao nascer
gritei na água
com lágrimas?
sinceramente
não sei
tenho pressa
de viver
outra vez
o natal contigo
em Serpa (?)
no Porto (?)
no nosso lar
que hoje é
uma recordação
de afecto
uma esperança
consciente
um sol
de loucura.
voltei
para o retrato
e o telemóvel tocou.

09 dezembro 2007

NOVA CRIATIVA

Numa Clássica Literária das quintas, lá pr'ás 5 , a Douta voz que vem de cima, lá da frente e insínua o pensar de toda a Gente, recolheu as muito expontâneas vibrações, por palavras, emoções,amizade e até loucura, com imaginação e com ternura que explodiram de muito coração.E que usando toda e cada palavra , em verso ou proza, riscassemos umas tretas, em verso ou proza.

E as palavras soltaram-se,daqui, dali, do fundo da sala,
Das almas, com sudades de cada recordação vivida
Chamada lá dos tempos. Confessaram-se, quase desprevenidas,
E delas murmuraram , alto, mas em voz sofrida:

-Saudade,saudade,saudade
Dos tempos de tanta interior paixão e amizade
E até de Amores, Amores e mais Amores
(...alguns por fantasmas ocultos...
...esquecidos com a idade...)
Vividos do nascer ao pôr do Sol
(...do nostálgico crepusculo ao"coucher du Soleil"...)
(Helas...regardez moi...regardez mon oeil !...)

Murmuraram tambem sobre a Consciência
E a virtude da Siceridade:
-Sinceridade do Amor de Mãe,
Da franqueza da longa Amizade
Da pura água das lágrimas
(até daquelas por falta de Justiça...)

Também Tu com consciência do "saber vivido"
Com afecto, de Serpa ao telemovel,disseste, coisa vã
Do teu feliz dia,de Esperança, lida no orvalho da manhã..
Dizendo-me também- não tenho pressa: chegarei lá ao meu Lar
Antes do Natal no Porto,por que desde já fico a ansiar !

arranjo do joaquim

08 dezembro 2007

Na companhia de Beethoven


Nos vidros embaciados,
pelo frio lá fora
e o quente de dentro,
uma gota desliza devagarinho.
Sigo o seu trajecto.
Mas aquela gota não continuou só,
cúmplices ,outras se lhe juntaram,
e todas chegaram ao peitoril da janela,
que vai precisar de ser limpo amanhã!


Os meus olhos pousam distraidamente,
nos toros que ardem no fogão de sala.
E, sem pensamentos definidos,
sigo as chamas que dançam um bailado alegre,
feito de baixas e altas labaredas.
O som da 5ªSinfonia de Beethoven agiganta-se no ar só para mim!

Naquele momento por incrível que pareça, achei-me bem com a vida.
Não quis que nada nem ninguém se intrometesse nesta paz conseguida.

Conclusivo: Aqui está uma paz que só é alcançada à custa de muita luta!


O dever dizer



Sentei-me na lua.
No crepúsculo do pôr-do-sol,
uma lágrima pingou como um orvalho.
Tu ... que saudade,
que loucura.
A recordação do teu afecto,
da amizade.
Não lhe chamo amor.
Entre nós a sinceridade é transparente como água.


Tenho esperança
que este Natal traga mais justiça,
pois tenho pressa de ser Mãe,
ter um lar e um filho nascer.
No Porto?...em Serpa?...
Indiferente.

O importante foi, que ao coucher du soleil,
o telemóvel tocou.
Cheguei lá.
Eras tu
e
não um fantasma!






06 dezembro 2007

MAIS EXQUIS DO QUE CADAVRE…




Como um fantasma
Procuro o sol
Da loucura. Insisto,
Falo mesmo ao telemóvel, dias a fio.
Procuro afecto,
Amizade,
Uma manhã de orvalho:
Tu.

A amizade, insisto,
A justiça.
Ainda mais nesta proximidade do Natal,
A amizade, repito,
A saudade,
A amizade
A saudade.
O pôr-do-sol,
Única sinceridade,
Um amor
A sinceridade, de novo.

No Alentejo, acho que em Serpa, pode ter sido
Outro lugar, mas foi a presença da água,
A recordação
Do sol – insisto na
Amizade -
Um crepúsculo
Cheio de esperança:
Ouvi a palavra
Mãe.

Tenho pressa!
Quando cheguei lá dizia-se ainda
Le coucher du soleil. Hoje dizem it’s allways the sun

Há, contudo, em qualquer língua,
Em qualquer tempo,

um derradeiro amor
à espera do dia a nascer.



O dever dizer, aula sénior de 6.12.07

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ARTESANATO


Reflectindo sobre o desenvolvimento das práticas actuais da escrita criativa, constatámos que é preciso animar com novos alunos e novos desafios.
Continuamos blogistas, mas esse espaço construído será alimentado fora da aula. A sua actividade intensa já não depende delas: o ESCRIBAS fez um ano de existência e tem vida própria, como deve ser.
Assumimos, em conjunto, agora, a vontade de voltar à escrita artesanal, à volta de uma mesa, com papel e caneta apenas, com propostas para outras invenções.
Esperamos reunir mais escribas à volta da dita mesa, revitalizando o clube da criativa, com aulas abertas a todos os seniores da Douro, às quintas, depois do chá.
Avançamos?

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05 dezembro 2007

Encontrar e perder...Encontrar e perder...

"Em todas as ruas te encontro,
"Em todas as ruas te perco"...

...."Sonhei tanto a tua figura..."

"Em todas as ruas te encontro,
"Em todas as ruas te perco"...
Cesariny


Encontrar e perder... Encontrar e perder...

Deve ser de certeza uma aflição,
Encontrar nos seus sonhos a figura
desejada, com bela estrutura,
E logo encher com ela o coração;

Ter na rua, depois, grande ventura,
Num encontro real. Oh! Sedução!
Mas logo ali, na rua, a aparição
Se perde... E fica ele na tortura

De sonhar sempre mais, e encontrar,
Nos caminhos e ruas onde passa,
A figura ideal para amar;

Mas ela em cada rua faz pirraça;
Mostra-se, e logo foge, a arreliar...
E a rir de ver quanto o embaraça!...

analosver

Terão graça os meus escritos?...

Amigas acham graça ao que eu escrevo...
Estranho, mas eu crei na amizade,
Em que não faltará sinceridade.
Por isso, a dizer-vos eu me atrevo,

Que, fazer rir alguém, é, na verdade,
Para a minha alma , sempre , um grande enlevo:
Ao humorismo eu tento dar relevo,
Nesta era cruel de adversidade,

Que deixa a dor nas almas sempre acesa...
Eu sinto-me feliz por fazer rir.
Se consigo, é mesmo uma proeza!

Peço a Deus que me ajude a prosseguir,
Com ciladas que assustem a tristeza,
E eu ria, também, vendo-a fugir...

analosver

Saber saborear


Chuva
desconforto.
Frio
circulação sanguínia precária.
Penteado desfeito.
Toilette desformada.
Sapatos cambados.
Logo que possivel casa!
e
então...
As cadelas ao cima das escadas
seus rabos lembram limpa-parabrisas.
(ai os bibelots!)
P'ra criar ambiente,
acender a lareira.
Música de fundo.
Queijo da serra.
Vinho tinto chambré,
tostinhas no cesto.
E eis-me aguardando a chegada!


04 dezembro 2007

A lição


Oiço todos os dias,
de manhãzinha
um bonito poema,
cantado por um melro,
madrugador.
Um poema de amor,
singelo e desprendido,
que me deixa no ouvido
envergonhado
a lição virginal
do natural,
que é sempre o mesmo e sempre variado.

(Miguel Torga - Diário X)

03 dezembro 2007

Antinomias


Na minha estante também guardo livros assim!
Há que equilibrar...

"De hoje em deante, passo a mandar-te folhas de papel em branco, com a minha assinatura no fim. Enche-as como entenderes. É que eu não sinto o que digo, mas sinto sempre o que tu me dizes."
(António Ferro)

O meu conceito de felicidade


A fé transmitida por meus Pais e que foi evoluindo ao longo dos anos.
Em criança enternecida com o Menino Jesus.
Na adolescência temente a um Deus distante..
Já mulher querendo aproximar-me da figura de Cristo, interpretar para seguir os Seus ensinamentos, que por vezes pareciam colidir com a minha realidade de Vida.
E agora, nesta idade madura, uma perfeita harmonia e serenidade baseada no conhecimento de mim mesma, na aceitação das minhas limitações e numa paz feita de cumplicidade com o Criador que me ajudou a chegar até "aqui"!
Tudo isto conseguido com persistência,
contrariando os desânimos,
aceitando os desafios
e apoiada em dois sentimentos fundamentais para mim.
" O amor e a amizade".

02 dezembro 2007

Viver sem obrigações,gozar sem trabalhar

No seu discurso inicial,o Presidente Sarkozy recordou uma frase escrita nas paredes da Sarbone,em maio de 68,para dizer nesse dia ao povo france que esse não podia ser o caminho para a renovação e desenvolvimento do país. Afrase foi esta: "Viver sem obrigações e gozar sem trabalhar".Era o ideal de muitos dos protagonistas desse dia. Os tempos que vão correndo mostram que este parece ser ainda hoje o sonho de muita gente.

01 dezembro 2007

Só para mim


Fecho os olhos
abro a vida

escrevo para a encontrar.

ensinaste-me
tudo
ou
quase...
nunca deixando de amar.

Encostei-me
à saudade
como me encostava
a ti

vivo
na meia verdade
como se um dia
na tarde
ainda fosses voltar.