O REI
I
Sócrates não desiste de honrarias!...
Parece até julgar-se um imortal,
Que nem no Fim do Mundo tem final...
Cada vez mais se apega às mordomias!...
Pode agravar-se o seu estado mental
E cobiçar mais altas regalias:
Ser Rei um dia!... Mas surgem-lhe arrelias:
Não pode usar coroa... a que é Real:
Foi esta oferecida à Mãe de Deus,
Por um dos nossos réis em gratidão
Por mercês alcançadas lá dos Céus.
Jamais os nossos réis ostentarão
A Coroa Real. E só os ateus
Podem cair, enfim, na tentação,
II
De usurparem à Virgem a coroa...
Se o ataca a ânsia de realeza,
Usurpa-Lhe a Coroa com destreza,
Pois, na sua vaidade, ele age à-toa...
Quando fala não usa de franqueza;
A sua voz a falso nos ressoa:
Promessas que não trazem coisa boa...
Só de azares nos dão grande certeza.
Se lhe cresce a arrogância dia a dia;
Se cobiça mais alto pedestal,
Usurpa a Coroa à Virgem Maria
E, assim, atinge o seu grande ideal:
Forma, ele, uma nova Dinastia,
Coroando-se: Rei de Portugal !...
Porto, 13 - 3 - 2011
Ana Lopes Vieira
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