OS ESCRIBAS

Letras que se confundem em histórias de instantes que passam a correr pelas vidas passadas e futuras, reais e imaginárias, ditas e escritas pelas mãos que imprimem em cada tecla, a vontade, o desejo, a emoção e o interminável percurso labiríntico de quem escreve por prazer.

28 fevereiro 2009

Belo


O que não é belo aos vinte,
forte aos trinta,rico aos quarenta,
será sabio aos cinquenta,e nunca será
belo,nem forte,nem rico nem sabio...

CReyna

27 fevereiro 2009

poema



Sabes o que é viver? Não!

Viver não é o que tu pensas.

Quando algo na existência

te falhou,

Quando algo que adoraste

e a vida te levou,

Então sim! Viveste!

25 fevereiro 2009

Ideia


Estamos no início de mais um ano.
E nada melhor do que termos em mente
este nobre propósito para nos ajudar
a projectar o nosso futuro.È exigente,
porque isso implicará dar " a outra face ,"
sacrificar o nosso tempo e dar-se de forma
incondicional, sem esperar nada em troca.



utra

17 fevereiro 2009

em sossego...

(J.Mota)
nada pensar
nada querer
ser...apenas...ser...
estendida na relva
à sombra da árvore,
com o madeiro apertado nos dedos
dar consigo a escrever
na terra batida
uma letra que saiu do abecedário!

16 fevereiro 2009


Hoje doze de Fevereiro, nasceu um grande cientista inglês Charles Darwin que estudou a teoria da evolução das espécies. Comemorando os duzentos anos do seu nascimento a Fundação Gulbenkian inaugurou uma exposição, a não perder.
A par deste acontecimento, e por mero acaso, abri um livro de versos escritos em 1963, e li:

- Que é, o que é?
Que é o que é?
Tem cara de santo,
Tem cheiro de santo,
Mas santo não é!
Ninguém adivinha?
Não sabe o que é?
Tem artes do diabo,
Tem manhas de diabo,
Tem tudo de diabo,
Mas diabo não é!

-tem cara de santo…
Tem cheiro de santo…
Tem tudo de diabo,
Mas diabo não é?
Deus não me perdoe,
Um raio me cegue
O diabo me leve
Se não for MUIÉ!

Martim Alvarez (poeta brasileiro)

(J.Mota)



Ele sentia que o seu dono não estava bem.
Sair assim de casa cedinho.
Dirigir-se à praia contemplar o mar com seu olhar no infinito.
Não.
Havia qualquer coisa que seria difícil partilhar com ele, mesmo depois de terem passado tantos Outonos calcorreando montes na mira das perdizes!
No princípio o som dos disparos assustava-o, mas depressa sentiu o orgulho de a entregar ao seu dono.
Que compensado se sentia, quando a mão rápida e afável corria no lombo e ambos respiravam o mesmo prazer de conquista do troféu, invejado pelos outros caçadores!
Mas há dias o patrão fora à cidade, sentia-se sem forças. Achou melhor consultar um médico amigo.
Desde esse dia as coisas mudaram.
A voz perdeu seu vigor, não quiz ir à abertura da caça às perdizes e ali ficara com um semblante fechado, fugindo de todos, só procurando a sua companhia!
Sem perceber como, uma lágrima escorria pelo seu focinho abaixo.
Nada mais podia fazer, senão deitar a sua cabeça nas pernas do dono e sentir o calor daquela mão, que passeava desde a sua cabeça, dorso fora até à ponta da cauda!
Ali estavam os dois, roídos de saudades antes do tempo, contemplando o infinito do mar, como infinita era a sua dedicação.

14 fevereiro 2009

Um sonho

Gostava de me deitar
De seguida adormecer
Não ter tempo de sonhar
Com o que possa acontecer,
Gostava de me deitar,
E dormir a noite inteira.
De manhã ao acordar.
Quero ter-te à minha beira.
Gostava de me deitar.
E ter sonhos variados,
Ainda queria recordar,
O tempo de namorados
Gostava de me deitar
Seguir o sonho até ao fim
Queria ver-te no altar
Quando tu disseste que sim
Que os dois fosse-mos só um
Foi aquilo que juramos
Pensamos os dois em comum
E ainda casados estamos
Oh quanto eu gostaria
Que o sonho dura-se sempre
O amor que te dei um dia
Nunca estivesses ausente
Lindo sonho Deus me deu
Que em nós ficou gravado
Se o amor desapareceu
Não quero ficar acordado
Se um dia deixar de existir
Ou algo que nos separasse
Então só queria dormir
E nunca mais acordasse…

O ZEZA

Escandalizando...para variar!


Diálogo de mulheres
- Vês estreei hoje este vestido.
- Logo vi.
- Porquê?
- Reparei nas tuas saias curtas, são do tamanho das tuas ideias...
- Pois sim, quanto mais curtas mais expressivas.
- Ah! Que horror...
- Pensa lá o que quizeres, mas te garanto que com as minhas saias curtas, não necessito de fazer grandes dircursos...

13 fevereiro 2009

Valor do tempo


"Nem que milhões de moedas de ouro se pode recuperar um só instante da vida.Que maior perda,então,do que a do tempo desperdiçado."

Chanakya Pandita,275 a.C India

12 fevereiro 2009

Fragmento 1

Para todos nós descerá a noite e chegará a diligência.Gozo a brisa que me dão e a alma que me deram para gozá-la,e não interrogo mais nem procuro.Se o que deixar escrito no livro dos viajantes puder,relido um dia por outros,entretê-los também na passagem,será bem.Se não o lerem,nem se entretiverem,será bem também...

Fernando Pessoa.

Varredores

São poetas aqueles varredores
Que, ao varrer belas folhas outonais,
Espalhadas no chão, suspirem "ais",
Como a sentir que varrem belas flores.

Ver "O poeta cantava" »

analosver

11 fevereiro 2009

Exposição de Pintura - fotografias

Exposição de Pintura de Ana Lopes Vieira e de Joaquim Coelho, no EspaçoPT, de 10-27 de Fevereiro.

Os artistas: Ana Lopes Vieira e Joaquim Coelho.
Em fundo: obras de Ana Lopes Vieira.


Uma vista parcial da exposição de pintura...


... e outra vista parcial da exposição de pintura.

09 fevereiro 2009

experiências

(J.Mota)

eis o que se pode fazer
brincando
sem imaginar bem o que vai sair
o que temos no pensamento
domina o rato
e surge na nossa frente
uma imagem de horas passadas
em frente do computador
à espera que a chuva passe



O poeta cantava


Outono doce estação
Tão cheia de poesia
Caem as folhas ao chão
Enquanto o vento assobia.

E o varredor respondeu:


Sim, sim,
Se tivesses de as varrer não cantavas assim…

Como a Natureza nos inspira!


A vida tem termo de validade!
Tomei consciência hoje desta realidade...
Voltei a pensar,
nasce-se e morre-se!
Mas senti que enquanto se está buscando alguma coisa é sinal evidente que ainda não estamos totalmente velhos.
Verifiquei que não sabia aquilo do que era realmente capaz, até que tive de o fazer.
Há horas difíceis, sim, mas descansar do dever não é tempo perdido, recuperamos forças que nos irão ser úteis, quando formos chamados a novas tarefas.
Conclusão: os tempos que gastanos a "perder" não é tempo perdido, são absolutamente necessários para nosso equilíbrio emocional!
Olhando esta pintura de uma amiga de infância, meus olhos fixaram-se nestes troncos de árvores robustos, e de longa duração. Firmes até ao seu fim fixado por Deus. Sempre presentes em várias gerações gozando na Primavera a boa companhia destas flores multicolores "as alegrias do lar".
Gostava de deixar quando partir, espalhadas por onde andei, flores tão cheias de Vida como estas a contagiar em alegria com os seus coloridos aqueles que deixei!
(pintura de J.Mota)

04 fevereiro 2009

uma parcela do meu mundo...


Nasci rodeada de livros.
Meu Pai tratava-os com tanto carinho, como cuidava dos seus filhos!
No seu escritório - lugar sagrado - os livros tinham o previlégio de poderem instalar-se em cima de cadeiras, pois, além das estantes estarem atestadas, havia sempre aqueles que lhe estavam a ser úteis, - para os constantes trabalhos que fazia com tanto amor -; esses tinham lugar cativo na sua secretária, onde o pó se acumulava, pois ninguém lhes podia
tocar...nem minha Mãe com o pano de pó!
Quis o "destino" que me coubesse por companheiro alguém que também gostava de ler.Aí sempre estivemos de acordo para nosso deleite!
Temos por isso uma biblioteca variada.
Livros raros e antigos, autores clássicos, outros contemporâneos - que nem sei se irão ser o "clássico reflexo" de uma determinada época que vivemos!
A este interesse pelo conteúdo do livro, junta-se o gosto de conservar como uma peça única e de beleza, pelo qual alguém se interessou em lhe dar um aspecto estético de enlevo para os olhos, e, alguns até manifestam arte de um bom encadernador ou a singeleza de um trabalho artesanal.
Este livro que aqui apresento, reúne, como está gravado na capa "Datas Alegres".
Vive há anos na minha mesinha de cabeceira!

Exposição de pintura - díptico







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Exposição de pintura - cartaz



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FLORES DO CAMPO de João de Deus


Um beijo
Seria o beijo,
que te pedi,
diz a razão
(outra não vejo),
porque perdi,
tanta afeição?
Fiz mal, confesso;
mas esse excesso,
se o cometi,
foi por paixão,
sim, por amor
de quem? De ti!
É tão suave
ao coração
mesmo o perdão
d'ofensa grave!
Se o conseguisse,
se o alcançasse,
quizera então
beijar-te a mão,
beijar-te a face...
(que indiscrição...)
Perdão! Perdão!

03 fevereiro 2009


02 fevereiro 2009

Assim se vestia um livro...


-Quem é, Teresa, que bate à porta?
Quem vem a estas horas quebrar meu sono?
-Ninguém é, meu Senhor, a noite é morta,
São folhas a cair, que é já Outono...


-Quem é, Teresa, quem é, Teresa?
Quem é, Teresa, que bate à porta?
-Olhe a Fortuna não é com certeza,
Por isso durma... durma, que lhe importa?


-Não ouves, Teresa, três pancadinhas?
Vai vêr: é a D.Felicidade.
-Mas as senhoras não saem sózinhas
n'uma aldeia, nem mesmo cidade...



(outro livro que guardo na minha estante...)