(J.Mota)
Ele sentia que o seu dono não estava bem.
Sair assim de casa cedinho.
Dirigir-se à praia contemplar o mar com seu olhar no infinito.
Não.
Havia qualquer coisa que seria difícil partilhar com ele, mesmo depois de terem passado tantos Outonos calcorreando montes na mira das perdizes!
No princípio o som dos disparos assustava-o, mas depressa sentiu o orgulho de a entregar ao seu dono.
Que compensado se sentia, quando a mão rápida e afável corria no lombo e ambos respiravam o mesmo prazer de conquista do troféu, invejado pelos outros caçadores!
Mas há dias o patrão fora à cidade, sentia-se sem forças. Achou melhor consultar um médico amigo.
Desde esse dia as coisas mudaram.
A voz perdeu seu vigor, não quiz ir à abertura da caça às perdizes e ali ficara com um semblante fechado, fugindo de todos, só procurando a sua companhia!
Sem perceber como, uma lágrima escorria pelo seu focinho abaixo.
Nada mais podia fazer, senão deitar a sua cabeça nas pernas do dono e sentir o calor daquela mão, que passeava desde a sua cabeça, dorso fora até à ponta da cauda!
Ali estavam os dois, roídos de saudades antes do tempo, contemplando o infinito do mar, como infinita era a sua dedicação.
OS ESCRIBAS
Letras que se confundem em histórias de instantes que passam a correr pelas vidas passadas e futuras, reais e imaginárias, ditas e escritas pelas mãos que imprimem em cada tecla, a vontade, o desejo, a emoção e o interminável percurso labiríntico de quem escreve por prazer.
2 Comentários:
Estes desenhos são feitos com o "rato"!
Uma forma de duas amigas de longa data se divertirem, completando-se.
Parabéns para as duas artistas.
Um abraço
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