OS ESCRIBAS

Letras que se confundem em histórias de instantes que passam a correr pelas vidas passadas e futuras, reais e imaginárias, ditas e escritas pelas mãos que imprimem em cada tecla, a vontade, o desejo, a emoção e o interminável percurso labiríntico de quem escreve por prazer.

17 março 2007

ELOGIO A TEIXEIRA DE PASCOAES

(do livro “ Antologia Poética”)

Lembras-te, meu Pai, era eu assim de tenra idade, caprichando já com o meu laçarote, e, tu recitavas isto (olhando talvez de revés para minha Mãe!?)


Elegia do Amor


Lembraste, meu amor,
Das tardes outonais,
Em que íamos os dois,
Sòsinhos, passear,
Para fora do povo
Alegre e dos casais,

Onde só Deus pudesse
Ouvir-nos conversar?
Tu levavas, na mão,
Um lírio enamorado,
E davas-me o teu braço;
E eu, triste, meditava
Na vida, em Deus, em ti…


e que aconteceu? Desta sorte fiquei também: sensível, romântica e sonhadora…
que saudades!


Mas, ai, tu não voltaste
E eu regressei ao mundo.

2 Comentários:

Blogger fernanda disse...

Linda menina dos laços

mais viva do que as demais

Quem iria imaginar

que os teus versos

iam estar

ao nivel do Pascoaes

19:39  
Blogger patricia disse...

confissão. inconfidência.

os meus pais lêem pouco. o meu pai homem de acção mas de poucas letras; a minha mãe mulher de ferro de algumas letras talhada mas sem a paixão que me move.

no entanto, quero crer, que o amor que tenho pelas palavras, pelos livros me foi dado por eles.

acho que se uniram e tentaram legar-me um amor eterno, já que dos outros não sou talhada...

curiosamente, só a mim esse legado me foi transmitido. o meu irmão, rapaz da bola; a minha irmã, menina dos números.

beijos***

23:29  

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