OS ESCRIBAS

Letras que se confundem em histórias de instantes que passam a correr pelas vidas passadas e futuras, reais e imaginárias, ditas e escritas pelas mãos que imprimem em cada tecla, a vontade, o desejo, a emoção e o interminável percurso labiríntico de quem escreve por prazer.

24 março 2007


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Lá na distância, no fugir das perspectivas,
Por que vagueiam, como o sonho sobre o sono,
Aquelas formas de neblinas fugitivas?

Lá na distância, no fugir das perspectivas,
Lá no infinito, lá no extremo... no abandono...

Aquelas sombras, na vagueza da paisagem,
Que tem brancuras de crepúsculos do Norte,
Dão-me a impressão de vir de outrora...de uma viagem...

Aquelas sombras, na vagueza da paisagem,
Dão-me a impressão do que se vê depois da morte...

Lá muito longe, muito longe, muito longe,
Anda o fantasma espiritual de um peregrino...
Lembra um rei mago, lembra um santo, lembra um monge...

Lá muito longe, muito longe, muito longe,
Anda o fantasma espiritual do meu destino...


Cecília Meireles
1901-1964

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1 Comentários:

Blogger patricia disse...

Esta foto é maravilhosa! Dá vontade de parar no tempo e ver as nuvens, as gaivotas, o azul a tornar-se noite. Dá vontade de parar e ver, só ver.

beijos***

22:07  

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