OS ESCRIBAS

Letras que se confundem em histórias de instantes que passam a correr pelas vidas passadas e futuras, reais e imaginárias, ditas e escritas pelas mãos que imprimem em cada tecla, a vontade, o desejo, a emoção e o interminável percurso labiríntico de quem escreve por prazer.

25 março 2007

Naquela tarde dourada,
resolvi não sei porquê,
deitar meus olhos distraídos,
na estante do canto onde guardo
os livros que gosto de folhear
reler
e
raramente emprestar.

Peguei por acaso no livro de Manuel Bandeira
“Poesia completa e prosa”.
Fui folheando
e dei comigo a sorrir
pois sei tantos de cor
-à força de os ler vezes sem fim
até os interiorizar
e ficar na dúvida
se nasceram de mim!

Ao virar uma página
tive a surpresa de encontrar
espalmado, hirto e seco,
um simples amor-perfeito,
que bem me lembro guardara,
no dia em que conhecera,
por um mero acaso,
o objecto dos meus afectos!

Passei suavemente os dedos.
Toquei-lhe com jeito,
não o queria ferir…
e como quem reconhece um velho cúmplice
que a tudo assistiu,
pude confessar-lhe, serenamente.

-Sim, está tudo em ordem
tal como sonhei!

3 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Mentira! o amor não está espalmado nem hirto sem seco.
Está perfeito.
Continue a admirá-lo.
Um abraço.

21:09  
Anonymous Anónimo disse...

"Ninguém"
È Alguém !
...........
Alguém que tem
A Poesia na Alma !


Encantados !

Joana e Joaquim

22:14  
Blogger patricia disse...

Tenho também umas estantes repletas de livros, ja não tenho espaço para tanto livro! Gosto de os folhear, de os reler, de encontrar frases sublinhadas e de encontrar velhos sentimentos guardados ali.
Não tenho nada espalmado nos meus livros, mas tenho-os todos espalmados na minha mão.

beijos***

22:50  

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