OS ESCRIBAS
Letras que se confundem em histórias de instantes que passam a correr pelas vidas passadas e futuras, reais e imaginárias, ditas e escritas pelas mãos que imprimem em cada tecla, a vontade, o desejo, a emoção e o interminável percurso labiríntico de quem escreve por prazer.
Contribuidores
28 fevereiro 2009
27 fevereiro 2009
25 fevereiro 2009
17 fevereiro 2009
16 fevereiro 2009
A par deste acontecimento, e por mero acaso, abri um livro de versos escritos em 1963, e li:
- Que é, o que é?
Que é o que é?
Tem cara de santo,
Tem cheiro de santo,
Mas santo não é!
Ninguém adivinha?
Não sabe o que é?
Tem artes do diabo,
Tem manhas de diabo,
Tem tudo de diabo,
Mas diabo não é!
-tem cara de santo…
Tem cheiro de santo…
Tem tudo de diabo,
Mas diabo não é?
Deus não me perdoe,
Um raio me cegue
O diabo me leve
Se não for MUIÉ!
Martim Alvarez (poeta brasileiro)
(J.Mota)
Ele sentia que o seu dono não estava bem.
Sair assim de casa cedinho.
Dirigir-se à praia contemplar o mar com seu olhar no infinito.
Não.
Havia qualquer coisa que seria difícil partilhar com ele, mesmo depois de terem passado tantos Outonos calcorreando montes na mira das perdizes!
No princípio o som dos disparos assustava-o, mas depressa sentiu o orgulho de a entregar ao seu dono.
Que compensado se sentia, quando a mão rápida e afável corria no lombo e ambos respiravam o mesmo prazer de conquista do troféu, invejado pelos outros caçadores!
Mas há dias o patrão fora à cidade, sentia-se sem forças. Achou melhor consultar um médico amigo.
Desde esse dia as coisas mudaram.
A voz perdeu seu vigor, não quiz ir à abertura da caça às perdizes e ali ficara com um semblante fechado, fugindo de todos, só procurando a sua companhia!
Sem perceber como, uma lágrima escorria pelo seu focinho abaixo.
Nada mais podia fazer, senão deitar a sua cabeça nas pernas do dono e sentir o calor daquela mão, que passeava desde a sua cabeça, dorso fora até à ponta da cauda!
Ali estavam os dois, roídos de saudades antes do tempo, contemplando o infinito do mar, como infinita era a sua dedicação.
14 fevereiro 2009
Um sonho
Gostava de me deitar
De seguida adormecer
Não ter tempo de sonhar
Com o que possa acontecer,
Gostava de me deitar,
E dormir a noite inteira.
De manhã ao acordar.
Quero ter-te à minha beira.
Gostava de me deitar.
E ter sonhos variados,
Ainda queria recordar,
O tempo de namorados
Gostava de me deitar
Seguir o sonho até ao fim
Queria ver-te no altar
Quando tu disseste que sim
Que os dois fosse-mos só um
Foi aquilo que juramos
Pensamos os dois em comum
E ainda casados estamos
Oh quanto eu gostaria
Que o sonho dura-se sempre
O amor que te dei um dia
Nunca estivesses ausente
Lindo sonho Deus me deu
Que em nós ficou gravado
Se o amor desapareceu
Não quero ficar acordado
Se um dia deixar de existir
Ou algo que nos separasse
Então só queria dormir
E nunca mais acordasse…
O ZEZA
Escandalizando...para variar!
13 fevereiro 2009
12 fevereiro 2009
Fragmento 1
Para todos nós descerá a noite e chegará a diligência.Gozo a brisa que me dão e a alma que me deram para gozá-la,e não interrogo mais nem procuro.Se o que deixar escrito no livro dos viajantes puder,relido um dia por outros,entretê-los também na passagem,será bem.Se não o lerem,nem se entretiverem,será bem também...
Fernando Pessoa.
Varredores
São poetas aqueles varredores
Que, ao varrer belas folhas outonais,
Espalhadas no chão, suspirem "ais",
Como a sentir que varrem belas flores.
Ver "O poeta cantava" »
analosver
11 fevereiro 2009
Exposição de Pintura - fotografias
Exposição de Pintura de Ana Lopes Vieira e de Joaquim Coelho, no EspaçoPT, de 10-27 de Fevereiro.
09 fevereiro 2009
Como a Natureza nos inspira!
04 fevereiro 2009
uma parcela do meu mundo...
FLORES DO CAMPO de João de Deus
03 fevereiro 2009
02 fevereiro 2009
Assim se vestia um livro...

-Quem é, Teresa, que bate à porta?
Quem vem a estas horas quebrar meu sono?
-Ninguém é, meu Senhor, a noite é morta,
São folhas a cair, que é já Outono...
-Quem é, Teresa, quem é, Teresa?
Quem é, Teresa, que bate à porta?
-Olhe a Fortuna não é com certeza,
Por isso durma... durma, que lhe importa?
-Não ouves, Teresa, três pancadinhas?
Vai vêr: é a D.Felicidade.
-Mas as senhoras não saem sózinhas
n'uma aldeia, nem mesmo cidade...
(outro livro que guardo na minha estante...)