OS ESCRIBAS

Letras que se confundem em histórias de instantes que passam a correr pelas vidas passadas e futuras, reais e imaginárias, ditas e escritas pelas mãos que imprimem em cada tecla, a vontade, o desejo, a emoção e o interminável percurso labiríntico de quem escreve por prazer.

17 janeiro 2008

Sem autocaros directos somos lesados...

I
Sinto-me constipada fortemente,
Pelo que falto à aula com pesar.
Constipei-me por ter o grande azar,
De esperar autocarros, paciente,

Batida pela chuva até encharcar.
Culpa de governante prepotente,
Que não mostra respeito pelo utente:
Sem transporte directo para usar

Quando é para longe o seu destino.
Despejam-nos a meio da viagem,
Sem rumo e num grande desatino,

Mesmo à sorte, em qualquer uma paragem!...
O transporte não vem…Chuvisco fino
Ou grosso, nos encharca e dá friagem,

II
Ao nosso corpo, a dar estremeção.
Criancinhas chorando, sem pecados,
A sofrer, como adultos condenados,
Nas paragens, lugar de expiação,

Até ficarem mesmo enregelados!
Falha nos governantes a visão
Que dará acerto à governação…
A quem falta esperteza…São falhados.

Vítimas deles, são sempre os utentes,
Tirarem os “directos”, que imprudência!
Mostram-se, para o povo, insolentes.

Quando havia directos, a frequência
Limitada, era a causa das enchentes.
Mas tirá-los de vez, é a falência!...

III
Tais governantes, mostram utopias,
Em projectos que levam a Nação
Ao caos, em qualquer situação…
Irresponsáveis causam tropelias:

Os utentes, com seus passes na mão
Chamam táxi: despesa e arrelias…
Quem governa vê nisto ninharias…
Se nos transportes há tão má gestão,

E o povo adoece, ao tempo agreste,
Que lhes importam casos tão banais?...
O Governo nos transportes não investe,

Mas vai gastar, depois, mais, muito mais,
Se de perigo a gripe se reveste,
E há internamento em hospitais.

IV
Nada mais digo, aqui, de erros flagrantes…
Os seus autores não gostam das verdades,
Afeitos só a impor-nos a vontades,
Que saem de cabeças delirantes!...

Delírios a gerar atrocidades,
Cada vez mais injustas e constantes.
Eles, sempre com ares arrogantes,
Desdenham de quem vive as realidades,

Como eu, despejada nas paragens:
Ali ficamos à chuva… a encharcar!...
Não posso ir à aula em tais viagens…

O “Galo de Barcelos”, a voar,
Sendo tema da aula, dá vantagens,
De eu poder, assim, participar:

analosver

3 Comentários:

Blogger ninguém disse...

Querida D.Ana:
Que falta faz na nossa Assembleia da República.
Assim constipada, cabelos ao vento, sapatos feitos barcaças, espremida nos transportes e atrasada no chegar, porque não se apresenta na dita Assembleia e pede a palavra!?
Com o seu ar senhoril,simpático e nada afeito a conflitos, tocava pela certa o coração de quem nos governa...

23:00  
Blogger A do Costume disse...

Melhoras! Em nome dos constipados, obrigada!

22:38  
Blogger fernanda disse...

Vale a pena estar constipada para a podermos ler. Pelos vistos a constipação não afecta, a poesia, está provado.
Estou a pensar constipar-me.
As melhoras, para estarmos juntas de novo.
Bjs
Fernanda

19:01  

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