o verbo e o infinito
Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em nascer; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar
Para poder nutrir-se; e despertar
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.
E crescer, e saber, e ser e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito
E esquecer tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito
Vinicius de Moraes
2 Comentários:
«O verbo e o infinito» tão maravilhosamente explicado por um finito.
Sabes Fernanda: Este maravilhoso soneto de Vinicius que postaste, lembrou-me uns certos serões passados na minha sala de estar, no aconchego do fogo da lareira. Andaríamos todos pelos 40 anos!
Tanta coisa já se viveu! Mas que boas recordações ficaram...
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