OS ESCRIBAS

Letras que se confundem em histórias de instantes que passam a correr pelas vidas passadas e futuras, reais e imaginárias, ditas e escritas pelas mãos que imprimem em cada tecla, a vontade, o desejo, a emoção e o interminável percurso labiríntico de quem escreve por prazer.

28 abril 2008

o verbo e o infinito


Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em nascer; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar

Para poder nutrir-se; e despertar
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.

E crescer, e saber, e ser e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito

E esquecer tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito


Vinicius de Moraes

2 Comentários:

Blogger fernanda disse...

«O verbo e o infinito» tão maravilhosamente explicado por um finito.

13:21  
Blogger ninguém disse...

Sabes Fernanda: Este maravilhoso soneto de Vinicius que postaste, lembrou-me uns certos serões passados na minha sala de estar, no aconchego do fogo da lareira. Andaríamos todos pelos 40 anos!
Tanta coisa já se viveu! Mas que boas recordações ficaram...

13:51  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial