OS ESCRIBAS

Letras que se confundem em histórias de instantes que passam a correr pelas vidas passadas e futuras, reais e imaginárias, ditas e escritas pelas mãos que imprimem em cada tecla, a vontade, o desejo, a emoção e o interminável percurso labiríntico de quem escreve por prazer.

24 setembro 2009

OS NOSSOS 10 ANOS, vistos por quem sabe...



EU, TRANSMONTANO, ME CONFESSO! …

Que me perdoem os senhores letrados, licenciados, mestres e doutores pela ousadia de entrar em seus domínios. Não sou nenhum deles e, por isso, não prometo que não venham a suceder alguns erros morfológicos ou sintácticos, de pontuação e até de acentuação. Se até o nosso nobel os comete e escreve nomes próprios com minúscula e quanto a pontuação …, que a faça quem lê, pois claro, maior perdão e benevolência terei eu, seguramente. Por isso me atrevi, descaro dos inconscientes, a dar este passo, expondo algumas situações vividas.

Há uns tempos que ando a matutar nisso. O desejo de passar ao papel algumas das minhas experiências de vida tem-me surgido com frequência, mas só agora encontrei coragem para o fazer. Talvez estes escritos não passem da gaveta e ninguém os venha a ler. E que interessaria a alguém fazê-lo?

E como as ideias são como as cerejas, pensada uma, vêm meia dúzia agarradas, começo pela experiência última, a que estou vivendo, desde o meu ingresso na Universidade Douro Sénior do Porto.

Lembro-me bem, foi numa tarde de Abril, num dos primeiros dias, que me dirigi à Universidade. Tinha então, em finais de Março, posto termo a responsabilidades profissionais e estava livre para experimentar outras coisas que nunca tinha feito na vida, ou tinham ficado muito lá para trás, e que pudessem satisfazer a minha ânsia de saber, sem stress ou preocupações.

O primeiro encontro revelou-se auspicioso. À secretária, uma jovem simpática, a D. Conceição; de pé, um cavalheiro, não menos jovem, simpático e sorridente se me dirige; vim a saber tratar-se do nosso Magnifico Reitor, o Dr. Mário Dias. As apresentações foram calorosas e pouco tempo depois estávamos já a falar da nossa mútua paixão – Trás-os-Montes. O aforismo de que as primeiras impressões são muito importantes, fez todo o sentido neste caso. Fiquei rendido às suas palavras e entusiasmado em iniciar imediatamente as minhas aulas. Inscrevi-me, e aproveitei o mês, como é da praxe, para frequentar todas as disciplinas e poder, então, seleccionar as que mais me seduzissem.

No final do mês sentia-me com vontade de frequentar todas e por isso escolhi o cartão dourado que conservo até hoje. Entendo os impedimentos logísticos e temporais que forçam a que matérias tão interessantes tenham de ser ministradas em horários coincidentes, e como não temos o dom da ubiquidade…

Entre a Literatura de Viagens ou Comparada da Drª. Dália Dias, a Cultura Contemporânea do Dr. André Machado, os Itinerários do Património e a História da Arte da Drª. Luísa Rodrigues, a Informática da Drª. Helena Fonseca, a História das Religiões do Dr. Vitor Teixeira, os Diálogos por Dois Mundos Culturais do Dr.André Matias, a Pintura do Dr. Luis Ruas, o Inglês da Drª. Isabel Gonçalves, a Grécia e Bizâncio do Dr. Mário Cunha, o Cinema do Dr. António Cunha e o Coro da Drª. Fátima Serro, ufa, uma pessoa quase não tem mesmo tempo para respirar. E preparam-se para introduzir, ainda , a Dança !…

Com toda esta pressão, seria de supor que o ambiente fosse sorumbático, mas não, bem pelo contrário, ele é alegre e bem disposto. Para tanto, muito contribuem a juventude do nosso corpo docente. As suas ideias arejadas ajudam a que a naftalina não encontre espaço na nossa universidade. Para além do prazer das aulas, há outros bons momentos de convívio passados entre tortas, bolos e cimbalinos, dos quais, a Rosarinho, é atenta espectadora.

A UDSP acaba de completar 10 anos de vida. Pelos depoimentos expressos na bela cerimónia comemorativa, e pela minha própria experiência, só posso atestar que se trata de uma realidade muito positiva, augurando-lhe mais 10 anos com idênticos sucessos.

E, em jeito de despedida, apenas me ocorre dizer que a Universidade faz já parte da minha vida. E por isso, naturalmente, eu, transmontano, me confesso - já não consigo passar sem ela.

Porto, 2009.07.04 Vilariço

3 Comentários:

Blogger A do Costume disse...

Obrigada, ao autor e a todos os que tornam esta vivência possível!

16:51  
Blogger adrian disse...

Eu "tripeira" me confesso:
Também já não posso passar sem ela( ela... Universidade )
Faço minhas as palavras da nossa Drª Dália: obrigada a todos os que tornam esta vivência possível!
Até breve.
Adriana

15:51  
Blogger Nelly disse...

Os dez anos passaram depressa e vamos começar com força outros dez .Com um abraço para todos até breve...

17:57  

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