OS ESCRIBAS

Letras que se confundem em histórias de instantes que passam a correr pelas vidas passadas e futuras, reais e imaginárias, ditas e escritas pelas mãos que imprimem em cada tecla, a vontade, o desejo, a emoção e o interminável percurso labiríntico de quem escreve por prazer.

07 setembro 2009

Poluição do Planeta - Outros Males... e algumas das suas causas...

I
Que progresso é este sem travão?...
Os sábios mais atentos, conscientes
Estudam sériamente os ambientes,
E chegam a terrível conclusão:

Mês dez, dois mil e sete: avisam, crentes,
A Humanidade inteira, sem exclusão:
-"Ou acabais com tanta poluição,
Ou, em breve, não há sobreviventes.

"Os ares vão ficando irrespiráveis;
Os rios e o Mar envenenados
Pelos comportamentos condenáveis,

De cada um querer, em triplicados,
Bons sistemas de vida,confortáveis!
Ambição que vos põe desatinados..." -

II
Cá, em Portugal, é nulo este aviso:
A governar não há quem o entenda,
Nem querem, aos seus erros, dar emenda:
Teimam ir para a frente, sem juízo.

Isto, que vos afirmo, não é lenda:
Há no Porto um exemplo bem preciso:
Mudanças, que fizeram de improviso,
Nos transportes directos, dão contenda,

Pois causam, aos utentes, empecilhos:
Não chegam ao trabalho a hora certa,
Nem a horas, na escola, estão os filhos.

Não tendo, já, a "linha" mais directa,
Aumentaram, de sobra, os sarilhos.
Dia a dia, a revolta mais desperta.

III
Ser despejado a meio do caminho,
Em trasbordo... é cruel! Depois, à espera
De autocarro que falha... e não se esmera
Em mostrar que dedica algum carinho,

Ao povo, que só paga e desespera!
Isto põe-nos a vida em desalinho.
Mães embalando, ao colo, o seu filhinho,
Sentem a punição muito severa.

Trasbordo que só dá inseguranças...
Tiram "linhas" directas, preciosas,
Que não davam transtorno em mudanças.

Longas esperas são bem dolorosas.
E, a atmosfera com destemperanças,
Gera doenças, não só as nervosas,

IV
Mas outras, que dão lucro ao coveiro,
Agravando-se a gripe ou resfriado...
O povo... cada vez mais revoltado
Com quem, a governar, é traiçoeiro.

Perdida a paciência... o apressado,
Que é, nos compromissos, cavalheiro,
Chama um táxi, que vai custar dinheiro...
Sobrecarga no povo desfalcado!...

O automóvel, há muito guardado,
Volta para a rua: é a solução.
Ih! Tantos!... Fica o trânsito pardo!...

Pior... é aumentar a poluição!...
O governo não vê que o resultado
Conduz a Humanidade à exstinção?...

V
Não conteis que governos desalmados,
Aceitem os avisos sapientes,
De quem prevê desastres eminentes,
Neste Planeta, há muito anunciados.

Governantes vaidosos, prepotentes,
Não ouvem os que são mais avisados...
Temendo ser por eles destronados,
Mostram-se, nos seus erros, renitentes:

Não cedem, numa dura teimosia,
Que revela não terem hombridade...
Os transportes do Porto... - Quem diria?...-

São prova certa desta realidade:
Fazem leis, dando, a poucos, alegria;
Maltratam quem atinge longa idade.

VI
Leis que mostram somente os desafectos
Pelo povo. Cruéis para os velhinhos:
Quer sejam casais ou vivam sozinhos,
Corações a pulsar, sempre repletos

De amarguras da vida... cansadinhos...
Transportes com destinos bem directos,
Iam levá-los sempre a locais certos.
E, na Foz, como alegres passarinhos,

Se expandiam, bem longe da gaiola.
Passear na Avenida; ver o Mar;
Encontrar os amigos... mais consola.

Agora, sem "directos"... e a mancar...
Bem tristes... cada um no lar se isola...
À espera de que a morte os vá buscar...

VII
Governantes não choram estas mortes:
É um modo de eutanásia bem legal;
Ardil, para poupanças... ideal.
Ditam, assim, ao povo, tão más sortes,

Com leis vis, que desonram Portugal.
Absurda alteração que há nos transportes,
Às poupanças do povo leva cortes:
Cada hora de espera... Quanto vale?...

E têm de sair muito mais cedo;
Acordar as crianças ao ser dia,
Sem elas entenderem o enredo

De tanto sacrifício e arrelia.
Os transportes agora causam medo.
Nos seus horários já ninguém confia...

VIII
Isto só favorece os fabricantes
De automóveis, a ter grande vazão,
Para dar, aos utentes, solução...
Não há, para tal erro, atenuantes.

Dizerem que é poupança... é uma ilusão.
Aumentaram despesas mais que antes.
Não pode, assim, o povo e governantes,
Dar, às finanças, boa afinação.

-"Cofres que são do povo, estão vazios!" -
São gritos de banqueiros a avisar,
Lançando ao Governo desafios,

Para haver produção... a trabalhar.
O governo, ao aviso, dá desvios:
Põe o trabalhador a descansar:

IX
- Descansai... Descansai lá nas paragens...
Porque eu também descanso, aonde estou...
Cada um, com seu voto, me lançou
Neste trono, que eu tinha nas miragens...

Agora, pelos votos, eu vos dou,
(Sem vos pedir, em troca, outras vantagens)
O descanso a meio das viagens,
Pois muito prometi... Tudo falhou!...

E mais há-de falhar, pois não me ralo
A mandar que aumenteis a produção,
Para dar, aos banqueiros, um regalo;

Nem quero ouvir quem anda, em aflição,
A prever, para o Mundo, grande abalo,
Se não pusermos fim à poluição.

X
Sendo eu governante, podeis crer,
Não temo as previsões de mau agouro:
Exigem para os cofres rimas de ouro,
Não querem o país a empobrecer.

Nem o povo quer baixas no Tesouro.
Outros, a poluição querem deter!...
Vêem a Humanidade a perecer...
Rodeia-me, a zumbir, tanto besouro!...

Não temo o seu ferrão envenenado...
Mostro, sempre, o meu ar mais sorridente.
Se tudo está, à morte, condenado,

Que importa tanto carro poluente?...
Se for todo o SER VIVO destroçado...
Basta que seja EU sobrevivente!...

Ana Losver

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