“Miguel …guardador de ovelhas e de sonhos”
ou
O revés do avô caçador

- Vais ser caçador como eu.
Madrugada feita sem resistência, saíram rumo ao Alentejo onde nas planícies a perder de vista, lá estavam os outros companheiros.
Momentos de muita emoção. Com toda a prudência e saber instalaram-se nas respectivas portas. O dia foi de luz intensa e demorada.
Cedo Miguel se desinteressou ou nem quis ver as perdizes cairem e serem entregues com mestria pelos cães treinados, a seus donos.
Ouviu um balir. Aproximou-se de uns arbustos e deu com uma ovelhinha perdida, sozinha e indefesa. Sentou-se no chão, aconchegou-a a si e ficaram juntos o dia todo.
A hora de regresso aproximava-se, caia a tarde, e a ovelhinha de olhos fatigados, para onde o Miguel fosse, seguia-o balindo e encostava-se às pernas como a dizer: - não me deixes.
Tinham que voltar.
Avô e neto olharam-se. O sentir dos seus corações aproximou-os. Naquele momento a idade era igual. O neto de ovelha ao colo, o avô de perdizes penduradas nas trelas do cinturão.
- Que faço avô?
- Vai connosco.
******
E assim viveu uns tempos em casa privada, dormindo em sofás, com frequentes e sofisticadas refeições.
1 Comentários:
Há cordeinhos com sorte, e histórias bonitas. Mérito também de quem as sabe divulgar. Parabéns Céu
beijos
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