OS ESCRIBAS

Letras que se confundem em histórias de instantes que passam a correr pelas vidas passadas e futuras, reais e imaginárias, ditas e escritas pelas mãos que imprimem em cada tecla, a vontade, o desejo, a emoção e o interminável percurso labiríntico de quem escreve por prazer.

03 julho 2009

"10 ANOS D’OURO" DA UNIVERSIDADE DOURO SÉNIOR

“Quero, quero ficar sempre estudante…

P’ra eternizar a ilusão dum instante…”

Fado de Coimbra – O Adeus do Estudante


I

Na hora do “Adeus”…, o estudante

Quanta saudade exprime na canção!...

Saudades da “sebenta”, e da aflição

Ao duvidar se tem… saber brilhante.


E saudades de amor, duma paixão,

Que lhe serviu, talvez, de variante:

A pausa, nos estudos, repousante,

E, depois, dar aos livros atenção.


Por mais duro que seja, o estudar,

Quem não sente a dureza da saudade

Na hora da partida, e a chorar,


Por ver chegar ao fim a mocidade?...

Na hora da partida… é o acordar

Para enfrentar a nova realidade!...


II

E lá vão… ingressar numa aventura,

Cada um a sentir-se preparado,

Para a missão que dizem ter sonhado…

Quantos, não tendo, mesmo, formatura,


Decidem tomar rumo ao seu agrado;

Outros, fazem render a agricultura,

Porque a fome, no mundo, é desventura.

Cada um quer sentir-se realizado.


E as mães de família?... Que missão!...

Tenham ou não, a carta de doutor,

São as Mães o garante da Nação:


Ao darem Vidas, lágrimas e amor,

E dando aos filhos recta educação,

O seu País alcança alto valor.


III

Bem merecem, as mães, a regalia

De encontrarem um bom divertimento,

Quando pressentem, já, o desalento,

Ao terem uma dor por companhia…


Uma dor, a causar-nos sofrimento,

Não faz, só com as mães, a parceria:

Dum em um, ela a todos arrelia,

Quer seja num calo… ou no pensamento.


Vejo de tudo, aqui, em meu redor:

Já todos se livraram da missão,

Durante anos cumprida com fervor.


Agora… é “o Adeus” á profissão…

Ser de novo estudante, num teor

Diferente, oh! que bela aspiração!...


IV

Criou-se a Douro Sénior, com a ideia

De tornar, sonhos vãos… em verdadeiros

Para quem já não lida com roteiros:

Afazeres no mundo que os rodeia.


Nesse mundo, em que já fomos obreiros.

Cada qual a viver uma odisseia…

Mas, só agora, a idade nos premeia,

Pois somos estudantes rotineiros:


Enfim, se realiza a aspiração

De ficarmos eternos estudantes!

Vantagem… é ter calmo o coração,


Sem buscar devaneios…variantes,

Que dêem tréguas à concentração…

E todos, no saber, serão brilhantes!


V

Esta Universidade, nos dez anos,

Já prestou uns cuidados preciosos,

A muitos que se mostram caprichoso

Em renegar, do tempo, fortes danos…


“Dez anos d’Ouro”, mesmo valiosos!

Valioso, é, mesmo com enganos,

Reforçar a ilusão, que deixa ufanos,

Os que sentem, jamais, chegar a idosos!...


Aqui, todos encontram só regalos,

Num convívio alegre, especial,

Em que a alma se esquece dos abalos,


Sentindo que, nem tudo lhe vai mal…

Dez Anos d’Ouro!... Só Deus, a dourá-los,

Para nos manter vivo um ideal!...


Porto, 13 – 6 – 2009


analosver

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