"10 ANOS D’OURO" DA UNIVERSIDADE DOURO SÉNIOR
“Quero, quero ficar sempre estudante…
P’ra eternizar a ilusão dum instante…”
Fado de Coimbra – O Adeus do Estudante
I
Na hora do “Adeus”…, o estudante
Quanta saudade exprime na canção!...
Saudades da “sebenta”, e da aflição
Ao duvidar se tem… saber brilhante.
E saudades de amor, duma paixão,
Que lhe serviu, talvez, de variante:
A pausa, nos estudos, repousante,
E, depois, dar aos livros atenção.
Por mais duro que seja, o estudar,
Quem não sente a dureza da saudade
Na hora da partida, e a chorar,
Por ver chegar ao fim a mocidade?...
Na hora da partida… é o acordar
Para enfrentar a nova realidade!...
II
E lá vão… ingressar numa aventura,
Cada um a sentir-se preparado,
Para a missão que dizem ter sonhado…
Quantos, não tendo, mesmo, formatura,
Decidem tomar rumo ao seu agrado;
Outros, fazem render a agricultura,
Porque a fome, no mundo, é desventura.
Cada um quer sentir-se realizado.
E as mães de família?... Que missão!...
Tenham ou não, a carta de doutor,
São as Mães o garante da Nação:
Ao darem Vidas, lágrimas e amor,
E dando aos filhos recta educação,
O seu País alcança alto valor.
III
Bem merecem, as mães, a regalia
De encontrarem um bom divertimento,
Quando pressentem, já, o desalento,
Ao terem uma dor por companhia…
Uma dor, a causar-nos sofrimento,
Não faz, só com as mães, a parceria:
Dum em um, ela a todos arrelia,
Quer seja num calo… ou no pensamento.
Vejo de tudo, aqui, em meu redor:
Já todos se livraram da missão,
Durante anos cumprida com fervor.
Agora… é “o Adeus” á profissão…
Ser de novo estudante, num teor
Diferente, oh! que bela aspiração!...
IV
Criou-se a Douro Sénior, com a ideia
De tornar, sonhos vãos… em verdadeiros
Para quem já não lida com roteiros:
Afazeres no mundo que os rodeia.
Nesse mundo, em que já fomos obreiros.
Cada qual a viver uma odisseia…
Mas, só agora, a idade nos premeia,
Pois somos estudantes rotineiros:
Enfim, se realiza a aspiração
De ficarmos eternos estudantes!
Vantagem… é ter calmo o coração,
Sem buscar devaneios…variantes,
Que dêem tréguas à concentração…
E todos, no saber, serão brilhantes!
V
Esta Universidade, nos dez anos,
Já prestou uns cuidados preciosos,
A muitos que se mostram caprichoso
Em renegar, do tempo, fortes danos…
“Dez anos d’Ouro”, mesmo valiosos!
Valioso, é, mesmo com enganos,
Reforçar a ilusão, que deixa ufanos,
Os que sentem, jamais, chegar a idosos!...
Aqui, todos encontram só regalos,
Num convívio alegre, especial,
Em que a alma se esquece dos abalos,
Sentindo que, nem tudo lhe vai mal…
Dez Anos d’Ouro!... Só Deus, a dourá-los,
Para nos manter vivo um ideal!...
Porto, 13 – 6 – 2009
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