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Terça-feira, 16 Outubro 2007
RTP 1
A GUERRA (Colonial, do Ultramar ou Libertação)
Ali estavam os diferentes ângulos, os diferentes motivos, as diferentes ideologias.
Ali estava a guerra cruel, impiedosa para todos.
Estive lá, em 1965 e 66. Vivi no mato, junto aos aquartelamentos e em Malange. Convivi com os pretos do mato, com os soldados e sei (penso que sei!) que se não fossem as ordens dos que queriam, e querem, a riqueza e o poder, aquelas barbaridades não tinham sido cometidas.
Ali estava a guerra cruel, impiedosa para todos.
Estive lá, em 1965 e 66. Vivi no mato, junto aos aquartelamentos e em Malange. Convivi com os pretos do mato, com os soldados e sei (penso que sei!) que se não fossem as ordens dos que queriam, e querem, a riqueza e o poder, aquelas barbaridades não tinham sido cometidas.
Quando acabei de ver o episódio, fui ao caderno das memórias, daquele período, e reli-o.
Senti-me regressar àquela terra de encantamento; aos sustos que apanhei; às minhas dúvidas e medos por ter levado, para aquele cenário de guerra, o meu filho de 6 meses; às horas de tristeza, de dor, ao assistir à morte de uma criança, no Dia da Mãe (8 de Dezembro), com a doença de Kwashiorkor; às alegrias ao ver a Natureza no seu esplendor; ao gosto e honra de ter sido convidada para madrinha da Eva Zeca Cuango.
Foram dois anos de aprendizagem de Vida. Uma escola que mudou a minha visão romântica do Mundo e da Vida.
Ver agora aquelas imagens de horror fizeram-me recuar no tempo e sentir como é nossa obrigação tentar ser para os outros como desejamos que sejam para nós.
Nada justifica a violência.

Etiquetas: Guerra Colonial
4 Comentários:
eis o testemunho, para que nunca seesqueça...
obrigada, pelos que não viveram esse tempo e esse lugar.
Também tive um irmão que sofreu os males da guerra colonial. A sua carreira de médico cirurgião em Ambriz, a sua vida familiar, os amigos, tudo foi pela água abaixo.Morreu ingloriamente. Nelly
A História para mim é feita destas histórias, destas vivências que as pessoas têm para contar.
Sou muito nova... nem consigo imaginar o que terá sido, mas gostei de ler o relato, as memórias.
***
É dificil imaginar o que serão os dias em tempo de guerra. Sempre vivi no meio de paz e em paz comigo.
O que deve ter sentido com um filho de seis meses, exposto sem saber a quê!
Que angústia de Mãe.
Um solidário beijo de outra Mãe.
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