OS ESCRIBAS

Letras que se confundem em histórias de instantes que passam a correr pelas vidas passadas e futuras, reais e imaginárias, ditas e escritas pelas mãos que imprimem em cada tecla, a vontade, o desejo, a emoção e o interminável percurso labiríntico de quem escreve por prazer.

22 abril 2007

Igreja de Sisa Vieira no Marco de Canaveses

Quis ir ao Marco de Canaveses conhecer a igreja arquitectada por Sisa Vieira.

Tirei esta fotografia propositadamente.
O meu tamanho e a altura da porta!
Como me senti minúscula,
insignificante,
quase nada!




No entanto resolvi entrar.
Que sensação maravilhosa!
A luz clara das paredes brancas, muito brancas e aqueles ângulos de entrada de luz.
A janela de vidro atravessada na parede junto ao tecto:
Comprida,
estreita,
deixando ver apenas os topos dos montes e um céu azul-acinzentado enfeitado de nuvens densas, brancas e fofas como algodão em rama!
Sóbrio e escorreito o altar. Velas grossas pousadas no chão, rematadas com um arranjo
feito num tronco de árvore com heras muito verdes a entrelaça-lo!
Encostado na parede atrás do altar, o Sacrário prateado, sem artifícios, guardava o valioso “Tesouro” para quem acredita no seu simbolismo!

Vagarosamente sentei-me numa das cadeiras individuais.
Respirei fundo.
Parei de pensar.
Uma quietude me invadiu..
Aquele silêncio grandioso foi um remédio para me curar dos choques e dos ruídos que me atormentavam.

Valeu a pena entrar por aquela porta alta e estreita…

5 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

uma certa arca, de um tal Noé, capaz de levar a criação e salvá-la do dilúvio (seja lá o que for, exactamente...). assim senti este templo. pequena eu, também.
arte gótica?

abraço

22:55  
Blogger adrian disse...

Tantas vezes passo junto a esta igreja e nunca me dei ao trabalho de interromper a viajem e entrar.
Mas para a próxima será!
Obrigada por me ter aguçado a curiosidade com um texto tão bonito!
Abraço

18:25  
Anonymous Anónimo disse...

Marco de Canaveses!
Quantas recordações!
As idas semanais do marido fazer a consulta no Hospital, e se a época era de férias escoleres lá ia a família com as bicicletas e os triciclos aproveitar umas horas de ar puro.
A beleza do reflexo no rio quer fosse Outono quer fosse Primavera.
Fotos lindas , mas que não sendo digitais não estão à mão para poder publicar!
E as idas ao Domingo só para almoçar o cabrito do Ferrador?
E o que resta desse tempo?
Apenas lágrimas.
Beijos.

19:33  
Blogger fernanda disse...

Quem transpõe esta
porta
deve saber
qual é a estatura da tolerância:

não demasiado larga, mas suficientemente alta

18:52  
Blogger patricia disse...

Devo confessar que há muito me desliguei de igrejas. Não por correntes, não por arrastos, apenas porque elas me abandonaram na minha oração.
Devo também confessar que o meu Tesouro tem um simbolismo diferente, não deixando de ser tesouro, apenas é um tesouro meu, que quem eu queria que compreendesse não compreende.
Há uns dias atrás voltei a uma igreja, entrei, sentei-me e mirei tudo lá dentro. Pela primeira vez em muito tempo tive vontade de chorar. Não se porque o filho pródigo a casa retornou, não se porque a memória me atraiçoou. Mas chorei. E um padre viu. E acho que isso lhe deve ter dito alguma coisa. Nem que num sussurro divino...

01:32  

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