Igreja de Sisa Vieira no Marco de Canaveses
Quis ir ao Marco de Canaveses conhecer a igreja arquitectada por Sisa Vieira.
Tirei esta fotografia propositadamente.
O meu tamanho e a altura da porta!
Como me senti minúscula,
insignificante,
quase nada!
No entanto resolvi entrar.
Que sensação maravilhosa!
A luz clara das paredes brancas, muito brancas e aqueles ângulos de entrada de luz.
A janela de vidro atravessada na parede junto ao tecto:
Comprida,
estreita,
deixando ver apenas os topos dos montes e um céu azul-acinzentado enfeitado de nuvens densas, brancas e fofas como algodão em rama!
Sóbrio e escorreito o altar. Velas grossas pousadas no chão, rematadas com um arranjo
feito num tronco de árvore com heras muito verdes a entrelaça-lo!
Encostado na parede atrás do altar, o Sacrário prateado, sem artifícios, guardava o valioso “Tesouro” para quem acredita no seu simbolismo!
Vagarosamente sentei-me numa das cadeiras individuais.
Respirei fundo.
Parei de pensar.
Uma quietude me invadiu..
Aquele silêncio grandioso foi um remédio para me curar dos choques e dos ruídos que me atormentavam.
Valeu a pena entrar por aquela porta alta e estreita…
5 Comentários:
uma certa arca, de um tal Noé, capaz de levar a criação e salvá-la do dilúvio (seja lá o que for, exactamente...). assim senti este templo. pequena eu, também.
arte gótica?
abraço
Tantas vezes passo junto a esta igreja e nunca me dei ao trabalho de interromper a viajem e entrar.
Mas para a próxima será!
Obrigada por me ter aguçado a curiosidade com um texto tão bonito!
Abraço
Marco de Canaveses!
Quantas recordações!
As idas semanais do marido fazer a consulta no Hospital, e se a época era de férias escoleres lá ia a família com as bicicletas e os triciclos aproveitar umas horas de ar puro.
A beleza do reflexo no rio quer fosse Outono quer fosse Primavera.
Fotos lindas , mas que não sendo digitais não estão à mão para poder publicar!
E as idas ao Domingo só para almoçar o cabrito do Ferrador?
E o que resta desse tempo?
Apenas lágrimas.
Beijos.
Quem transpõe esta
porta
deve saber
qual é a estatura da tolerância:
não demasiado larga, mas suficientemente alta
Devo confessar que há muito me desliguei de igrejas. Não por correntes, não por arrastos, apenas porque elas me abandonaram na minha oração.
Devo também confessar que o meu Tesouro tem um simbolismo diferente, não deixando de ser tesouro, apenas é um tesouro meu, que quem eu queria que compreendesse não compreende.
Há uns dias atrás voltei a uma igreja, entrei, sentei-me e mirei tudo lá dentro. Pela primeira vez em muito tempo tive vontade de chorar. Não se porque o filho pródigo a casa retornou, não se porque a memória me atraiçoou. Mas chorei. E um padre viu. E acho que isso lhe deve ter dito alguma coisa. Nem que num sussurro divino...
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial